A comunicação é uma habilidade vital para todos, e para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), pode ser desafiador. No entanto, com técnicas adequadas e suporte persistente, é possível melhorar significativamente as habilidades comunicativas dessas crianças. Este post fornece estratégias práticas, baseadas em pesquisas científicas e evidências confiáveis, para ajudar seu filho a se comunicar melhor.
Compreendendo os Desafios de Comunicação no TEA
Crianças com TEA podem apresentar uma ampla variedade de desafios na comunicação, que variam desde dificuldades na expressão verbal até a interpretação de sinais não-verbais. A comunicação pode ser literal, com dificuldades em entender metáforas, sarcasmo e insinuações.
Estratégias para Melhorar a Comunicação
Implementação de Intervenções Precoce
Análise do Comportamento Aplicada (ABA): Esta terapia comprovada é eficaz em reforçar positivamente comportamentos desejados e ensinar novos padrões de habilidades, incluindo nessa a comunicação. A ABA é individualizada, e deve ser personalizada para atender às necessidades específicas de cada criança.
Terapia Fonoaudiológica: Um fonoaudiólogo vai ser competente para trabalhar em habilidades específicas, como articulação, fluência e prosódia, além da linguagem, pontos cruciais para crianças com TEA.
Uso de Sistemas de Comunicação Alternativa Aumentativa (CAA)
PECS (Picture Exchange Communication System): Um sistema que usa imagens para ajudar as crianças a comunicarem seus desejos e necessidades, especialmente útil para crianças com comunicação verbal limitada. Mas atualmente é pouco usado por podermos ver o potencial dos outros meios de CAA.
Tecnologia Assistiva: Tablets e dispositivos com aplicativos de comunicação podem ser excelentes ferramentas para facilitar a expressão. E eles não devem ser usados só por quem não verbaliza nada, mas para aumento de vocabulário e de possibilidade expressiva.
Prática de Comunicação Naturalística
Ensino Naturalístico: Este método aproveita situações cotidianas para desenvolver habilidades de comunicação de forma contextual e prática, tem robustez científica e trabalha usando a motivação como uma das chaves para aprender.
Modelagem de Comunicação: Mostre e narre como as interações verbais podem acontecer nas situações que vocês vivenciam, oferecendo exemplos claros e imitações que a criança pode reproduzir, seja com gestos, voz ou CAA.
Estimulação da Comunicação Não-Verbal
Linguagem Corporal e Expressões Faciais: Ensine a criança a reconhecer e responder a sinais não-verbais, usando jogos e exercícios focados nessas habilidades. Elas são importantes para o desenvolvimento de habilidades de linguagem e impactam diretamente nas habilidades sociais.
Contato Visual: Incentive o contato visual através de jogos interativos e atividades que requeiram atenção visual. Essa habilidade pode ser desafiadora, mesmo assim não devemos deixá-la de lado, nem forçar para que a criança faça.
Engajamento com a Família e Comunidade
Educação Familiar: Ensinar os membros da família sobre práticas comunicativas apropriadas pode ajudar a reforçar habilidades em casa e potencializar a comunicação dessa criança.
Interação Social em Grupos: Participar de grupos de sociais pode fornecer oportunidades adicionais para praticar a comunicação em ambientes sociais e dar sentido a ela.
Conclusão
Embora os desafios de comunicação no TEA possam ser significativos, com estratégias adequadas e apoio contínuo, é possível fazer melhorias substanciais. É fundamental que os esforços sejam consistentes e personalizados para atender às necessidades individuais da criança.
Para mais informações e suporte, entre em contato com a Clínica Origami. Nossa equipe está preparada para oferecer as melhores práticas e orientação personalizada.
Referências:
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